Noites cruéis

Quando as ruas estão desligadas, os carros guardados e as pessoas ausentes, tudo fica em silêncio. Só fica o barulho do teclado e da bomba do aquário. 

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Nesse momento o silêncio na vida faz brotar os barulhos da mente. Os questionamentos, as dificuldades e os medos da reabilitação brotam aos montes. O desejo para que o sono venha é imenso. O desejo de não dormir só.

Confesso aos leitores de que não foi e não é fácil ser forte em todo tempo, mas em todo tempo é possível ter fé. Fé de que tudo dará certo. Fé de que a vida financeira vai se ajeitar, fé de que o trabalho será o mesmo ou ainda melhor.

As fraquezas que já existiam afloram. As forças que eu já tinha não são combustível suficiente para as 24h do dia. Como me renovar? Como reconstruir? Mesmo que ajudas externas apareçam fica difícil contar com estas em todo o tempo.

Tempo. Cada um tem um tempo e faz uso dele de sua própria forma. Uns aproveitam bem o tempo. Outros também, mas do seu jeito. O tempo de cada um é particular, mas alguns encontram tempo para compreender o tempo do seu irmão. Algumas pessoas conseguem administrar seu tempo de forma até a doá-lo para outros. Agradeço os queridos que doaram tempo para mim. Foi essencial para minha auto-estima e para me manter "acordada" durante os 27 dias vividos no hospital.

O bom é que as noites cruéis passam rápido. Neste momento desejaria ter alguém ao meu lado, desejaria ter um carinho protetor, um afago ao dormir nos braços seguros de um amor. Amor este que tanto procuro e que não sei onde está.

Encerro minhas palavras ao lado do meu fiel e melhor amigo (melhor amigo do homem), Spike (um poodle branco lindo) e ao lado do meu "Tamagochi", meu querido diário, meu netbook.

Boa noite.