Qual a natureza da fé?

A fé tem duas naturezas; uma natural e outra sobrenatural. Suas diferenças são completamente opostas. Mas o que é fé? Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. [Hebreus 11:1]

A fé natural - Ver para Crer

O melhor exemplo para ilustrar a fé natural está em um episódio da vida de Tomé. Tomé participou da última ceia, testemunhou a prisão, a condenação e o sofrimento de Cristo, assim como sua crucificação e morte. Após três dias, os discípulos começam a relatar que Cristo está vivo e que apareceu a eles. Tomé não estava nessa ocasião e ao ouvir essa notícia diz: << Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei.>>. Uma semana mais tarde, Cristo aparece a Tomé e lhe dirige a palavra: << Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia.>>. Nesse momento Tomé crê e responde: << Senhor meu e Deus meu! >>. Então Jesus lhe diz: << Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram.>>. [João 20]

A fé natural é a fé dos racionalistas. É baseada no que se pode provar. É acreditar que o homem já foi à lua por causa das evidências. É acreditar que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa porque se prova matematicamente. É acreditar na existência dos micróbios porque são vistos através de microscópio. A fé natural é uma fé vazia de qualquer poder sobrenatural; é a fé do mundo pós moderno.

Ao exercer somente a fé natural será impossível a alguém, obter resultados sobrenaturais. A fé natural produz unicamente resultados naturais; mas se você deseja resultados sobrenaturais, se deseja receber o impossível de Deus deverá exercer um outro tipo de fé.

A fé sobrenatural - Crer para Ver

O melhor exemplo para ilustrar a fé sobrenatural está em Abrão (mais tarde Abraão). Com 75 anos, apesar de casado com Sarai (62), ele ainda vivia na casa de seu pai e cercado de sua família; mas ele não tinha filhos. É necessário observar que de acordo com os usos e costumes daquela época, os casamentos ocorriam muito cedo e o nascimento de filhos era considerado uma benção de Deus. No caso em questão, ambos muito provavelmente já haviam desistido de ter filhos. Um dos dois era necessariamente estéril.

Foi nesse cenário que Deus disse a Abrão (mais tarde Abraão) << Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados. >>. [Gênesis 12: 1 ao 3]

Mais tarde, a gravidez de Hagar veio apenas a confirmar que a esterilidade não estava em Abrão, mas apenas em sua esposa. Mas ele veio a descobrir que Ismael não era o filho da promessa. Veja o que disse o SENHOR << Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro. >>. A descendência prometida por Deus estava no ventre da mulher estéril. O SENHOR continuou ainda o levando para fora da tenda, e disse: << Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las. >>. E prosseguiu: << Assim será a sua descendência. >>. Diz ainda a Palavra em Gênesis 15: 6, Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça.

Então podemos perguntar: Essa fé de Abraão estava baseada em que? Que tipo de fé irracional é essa? Como esperar uma descendência numerosa de uma mulher estéril? Resposta: A fé de Abraão se baseava, exclusivamente, na Palavra de Deus. 

Estava ele com cem anos de idade quando lhe nasceu Isaque, seu filho. [Gênesis 21:5] Sara foi mãe aos 87 anos*. 

Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.

Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.

 Explicação para a idade de Sara ao dar a luz Isaque. Sara viveu 127 anos [Gênesis 23:1] e Isaque casou com Rebeca aos 40 anos [Gênesis 25:20]. Então quando Isaque nasceu Sara tinha 87 anos e Abraão 100 . Pois logo que Sara morreu Isaque casou.

Pensamentos disfarçados de sentimentos

Todos já tivemos machucados que doeram muito. Seja no momento de uma queda, de um corte ou de um acidente. Todo machucado logo é tratado e cuidado com o objetivo de um pronto restabelecimento e de uma cicatrização rápida. Procuramos cuidar de todo e qualquer mal físico para estarmos aptos à vida normal. Porque então não cuidamos de nossas almas com o mesmo zelo e rapidez? 

Da mesma forma que não fomos ensinados a identificar a nossa alma e a sua forma de existência, podemos não perceber quando ferimos a alma de outras pessoas. Assim foi com nossos avós, pais e conosco também, mas ainda é tempo de corrigirmos nossas ações, para que aqueles que estão ao nosso redor, não sejam mais feridos 'na mesma moeda'. É necessário curar as almas feridas. É necessário acabar com a omissão. É necessário ter discernimento.

A alma fala conosco através dos sentimentos, e os sentimentos, por sua vez, são a linguagem da alma; por isso precisamos estar atentos aos nossos sentimentos, respeitá-los e analisá-los adequadamente. Mas precisamos ter cuidado com os pensamentos disfarçados de sentimentos.

Assim como já nos machucamos fisicamente, já tivemos também nossas almas feridas. Podemos inclusive carregar dores e mágoas até o fim de nossas vidas; porque é possível sentir hoje a mesma dor do passado; é a ferida do passado que ainda está aberta. A questão para termos nossas almas curadas é reconhecer a diferença entre sentimento e pensamento.

Eu fui ferida em minha alma repetidas vezes, desde a infância. Sempre senti minha alma rasgada e dilacerada. Foram muitas as ocorrências durante 36 anos de vida: decepção, rejeição, desprezo, traição, depressão, abuso sexual, moral e espiritual. O problema é que tudo o que eu senti, eu também pensei, interpretei e racionalizei.

Por anos eu cultivei meus sentimentos negativos como um agricultor que cultiva com zelo a sua terra. Cada sentimento foi confundido com memória, e assim fui criando argumentos em minha mente, fui construindo fortalezas morais sobre o certo e o errado. Misturei sentimentos com pensamentos. Me tornei uma pessoa reativa, sempre na defensiva a fim de evitar dores adicionais na alma.

Mas como um ser humano racional pode ignorar a sua experiência anterior no momento em que algo ocorre? Não é normal lembrar-se de tudo que sabe sobre o assunto e reagir de acordo com isso?
Pode ser 'normal', mas não é 'natural'. Normal e natural não são a mesma coisa. Nada é mais natural do que o amor. Se agirmos amorosamente, estaremos agindo naturalmente. Se agirmos temerosamente, ressentidamente, zangadamente, poderemos estar agindo normalmente, mas nunca naturalmente. (citação do livro Conversando com Deus de Neale Donald Walsch)

Não perca tempo sendo reativo. É perda de tempo ficar analisando os fatos negativos de sua vida. Você não tem tempo pra perder com ressentimentos. Perdoe e 'bola pra frente'. 

Você está nesse mundo para 
Saber Quem É  e  Criar Quem Deseja Ser.





Sinais

É muito provável que você já tenha visto aquele filme, com Mel Gibson, chamado Sinais (título no Brasil) ou Signs (título original). Apesar desta estória ser bem previsível, desejei usá-la como referência para essa postagem, propositadamente.

Hoje, desejo semear um alerta, << fique atento aos sinais >>. Acorde e fique  alerta aos sinais ao seu redor. Preste atenção em tudo. Não estou aconselhando que se torne um sentinela, ansioso e estressado, em vigília de 24h. Peço apenas que nestes próximos dias, você fique mais alerta, mais atento, mais esperto. Não só perceba os sinais, mas analise-os, interprete-os.

É normal ouvirmos << para cada ação há uma reação >>. Quando alguém lhe falar isso, lembre: << para cada ação há um sinal >>.  É melhor prevenir do que remediar. Cuidado com os sinais à sua volta, todos; sinais do seu corpo, dos seus filhos e familiares; da sua comunidade, cidade e de seus políticos. Sempre haverá um sinal, uma pista.

Duas pessoas andarão juntas se não tiverem de acordo?
O leão ruge na floresta se não apanhou presa alguma? 
O leão novo ruge em sua toca se nada caçou?
Cai o pássaro num laço se não há nenhuma armadilha? 
Será que a armadilha do laço se desarma se nada foi apanhado?
Quando a trombeta toca na cidade, o povo não treme?
Amós 3:3-6 (versão nvi)

Até quando o mal permanecerá? O egoísmo, o individualismo, a mentira, a falsa doutrina...precisamos estar atentos. Atentos ao que fazemos, ao que ouvimos e também ao que aceitamos e toleramos. Você pode se dizer << ahhh, mas eu não minto! >>, mas te pergunto: << você aceita ou tolera a mentira? >>. Quando esse e outros furúnculos amadurecerão e explodirão?



Gota de sangue no chão

Peço a Deus que ao ler esse texto, você possa compreender a responsabilidade dos pais para com os filhos. Oro para que Deus revele ao seu coração, a fragilidade e a sensibilidade da alma de uma criança.

O que vou relatar nessas tão poucas linhas, se passou num sítio em Atibaia. Um sítio afastado da cidade, afastado da civilização, afastado de qualquer vida racional. Era meio de mato mesmo.  

Passávamos todos os finais de semana no sítio. Eu, meu pai e minha mãe. Toda sexta-feira, final de dia, fugíamos de São Paulo para Atibaia. Viajávamos numa Caravan prata, minha mãe dirigia pela rodovia Fernão Dias e vivíamos no sítio até o domingo começo de noite.

Posso sentir até hoje, até agora, a calma e a paz daquele carinho de pai. Eu estava indo dormir numa noite fria, gelada e úmida, de um rigoroso invernoTodas as noites meu pai me colocava para dormir; e naquela noite por mais uma vez; ele me cobriu, com todo cuidado e carinho, com um cobertor feito de uma pura lã de carneiro. Era um cobertor bem grosso e pesadinho que cobria o frágil corpo de uma criança de 8 anos. Ele me envelopava e me protegia do frio; ele fechava toda e qualquer brechinha de ar frio. 

Naquela noite na hora de dormir, creio que pela última vez meu pai me levou para a cama. Me cobriu cuidadosamente. Sentou, como de costume, no chão ao lado da minha cama; ele se certificou de que eu estava bem cobertinha, de que eu estaria protegida daquele inverno. Era como um ritual, cheio de carinho. Mesmo ele sendo ateu, ele me conduzia numa linda oração à Deus em francês; uma doce oração onde eu chamava Deus de 'Papai do Céu'. Assim eu adormecia em calor e proteção; enquanto minha alma e meu espírito descansavam, meu corpo dormiu. Minha biologia batia num ritmo tranquilo e calmo.

Minha alma e espírito acordaram o meu corpo de repente. Em meio à gritos de discussão e briga, copos quebravam nas paredes de madeira da casa; a casa toda tremia; parecia que era a casa quem gritava; ela vibrava por inteiro, a casa tinha tomado vida. A casa em que passávamos os finais de semana, era toda de madeira; paredes, piso, telhado, portas, janelas e móveis. A cada copo quebrado na parede, no lado de fora do meu quarto, a casa toda tremia. A cada golpe, mais um corte era feito nas nossas almas; era só eu e aquela casa quem testemunhávamos aqueles fatos.

Não sei o que se passava na minha mente naqueles momentos. Tento até agora, me lembrar o que eu sentia, mas simplesmente não consigo; a única sensação que tenho é a de que eu ficava em estado de choque. Era um som insuportável; vidros, pancadas e gritos estremeciam minha consciência; minha alma e espírito sangravam juntos e unidos, com aquela casa. Nós três sangrávamos.

Nessa noite específica, meu quarto foi invadido. A porta do meu pequeno mundinho foi brutalmente aberta; aquela porta de madeira bateu com violência em minha cama. Eu, obviamente, acordada e em prantos, me coloquei sentada na cama. Olhei fixamente para o chão. Lembro apenas que eu não tinha coragem de olhar para cima; talvez Deus tenha enviado um anjo, um anjo que guardou os meus olhos daquela cena. Minha vida só foi capaz de ouvir o sufocar de minha mãe, e de ver em câmera lenta, uma gota de sangue cair no chão.

Chegamos na garagem do prédio de São Paulo. Eu continuava fingindo que dormia. Meu pai me pegou no colo. Todos nós, os três, entramos naquele elevador. Disfarçadamente, abri meus olhos, e por duas janelinhas bem estreitas das minhas pálpebras, pude identificar que aquela mulher de pescoço enfaixado era minha mãe.

Anne Sophie no Sítio em Atibaia


Automação na Produção de Evidências

Aprendi recentemente uma nova profissão, produtor(a) de evidências. Eu posso dizer que minha carteira profissional espiritual tem, hoje, essa descrição de cargo. Estou devidamente registrada. Quando alguém me perguntar "qual sua profissão?", responderei, "sou produtora de evidências".

Posso dizer que desde que nascemos todos nós, somos produtores de evidências; evidências da existência de um mundo sobrenatural, espiritual. Somos um espírito, que tem uma alma, que habita um corpo; e esse corpo, que é matéria, luta contra a consciência humana a cada instante, justamente porque não se pode ver o mundo espiritual naturalmente.

Como produtora de evidências que sou, gostaria de testemunhar ao leitor, que o mundo sobrenatural existe de fato, sou testemunha de que já perdi a consciência e fui usada como um cavalo de arado. Ao recuperar a consciência identifiquei-me como um pano de chão imundo, com a alma rasgada e o espírito manchado por uma consciência maciça, grosseira e encardida. Tudo, na vida real, ficou péssimo. A opressão se materializou e se tornou indigesta. A infecção que era virtual (ou espiritual, se preferir) se generalizou. A alma doente, já há muito tempo*, contaminou a consciência e o espírito. A somatização amadureceu como um furúnculo que estourou anos mais tarde na forma de um avc.

Sobrevivi e desde então estive em busca da reabilitação. Em um primeiro momento busquei a reabilitação física de base; eu precisava recuperar algumas ações mais simples como: comer, beber, andar e tomar banho. Quando readaptada ao básico fui refinando meus objetivos; voltei a pintar, a escrever, a cozinhar. Aos poucos adicionei ao processo, a reabilitação mental, emocional e espiritual. Fiz um mergulho profundo na minha alma e descobri um mundo interessante nos laços entre alma e corpo (sangue) e um mundo maravilhoso nos laços entre alma e espírito (consciência). E até hoje, continuamente, cada descoberta promove o armazenamento de novas evidências. 

Recomendo a todos que busquem esse conhecimento; invisível aos olhos naturais, porém acessível; um conhecimento que se resume em amor. Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 8:39

* Como toda criança, minha alma tinha imunidade baixa. Não tive a alma vacinada.

Aperte o cinto, minha existência adotou a automação para a produção de evidências. Acompanhe os próximos textos.

Imagem: internet