Há um novo coração disponível?

A insensibilidade ao amor de Deus talvez seja o pior mal dos últimos tempos (Mt. 24.7). Nunca em tantos anos e séculos a humanidade precisou tanto de um novo coração como agora. Será que existe um “How to do...” para transformar o hedonismo em altruísmo? 

O melhor caminho (talvez o único) para uma humanidade altruísta está no amor de Deus. Seria uma resposta à intercessão do Apóstolo Paulo: 
Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus. (Efésios 3:16-19-NVI)
Se a humanidade compreendesse o amor e a natureza de Deus, muito provavelmente teríamos um mundo muito melhor. Na atualidade, o que se destaca são as pessoas que, em sua essência, se tornam cada vez mais egoístas; pensam mais no que Deus e os outros podem fazer por elas, do que elas podem fazer para servir a Deus e ao próximo. 

Na realidade, não deveríamos nos frustrar com esta situação, pois fomos avisados há muito, através do apóstolo Paulo, em II Tim. 3.1: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis”; outra versão diz: “tempos trabalhosos”; outra, ainda diz: "penosos"; são versões suficientes para entendermos que se trata de tempos difíceis. Sim, estamos nos últimos dias; sim, estamos em tempos difíceis. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará (Mt.24.12). São as pessoas que cada vez mais cheias de si mesmas, pensam e criam leis, inovações e soluções “brilhantes” que favorecem cada vez mais o indivíduo e não a vida em comunidade. Falar em humanidade e comunidade, já virou fábula ou conto de fadas. Aliás, está mais para fábula.

Sim, estamos nos tempos de Atos 2.17 (tempos atuais) - Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos...-, no entanto parece este presente de Deus não estar promovendo mudanças. Por que o aumento da maldade (Mt. 24.12) é mais predominante que o derramar do Espírito de Deus (At. 2.17)? Encontramos a resposta na própria Palavra. A Bíblia explica a Bíblia. Em II Co. 4.4 lemos: O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. O homem está sendo enganado. Até quando?

Há pessoas enganadas em todas as religiões, inclusive no cristianismo. Pessoas interessadas em poder, riqueza e fama, vemos por todas as sociedades globais. Pessoas interessadas em transcendência, significado e comunidade são raras. Deixo ao leitor algumas perguntas para reflexão:

1. Pode acontecer uma verdadeira e profunda mudança na humanidade?  
Nada é impossível para Deus (Lucas 1:37-NVI). 
2. O amor de Deus pode ser mais influente que a maldade?
Nada é impossível para Deus (Lucas 1:37-NVI). 
3. Há um novo coração disponível para o homem?
Nada é impossível para Deus (Lucas 1:37-NVI). 
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Meditando sobre Honra (Estudo 1)

Em tempos de pós modernidade como anda em nossa sociedade global o conceito de honra? O que é honra e quem deve ser honrado? Ainda existe honra nos dias de hoje? Gostaria de propor uma reflexão do termo "honra", por um outro viés, o viés da Bíblia Sagrada, que foi o único livro onde encontrei o verdadeiro sentido de honra.

É comum e errôneo relacionarmos honra com meritocracia. Hoje eu proponho uma reflexão sobre a história de Davi. Davi honrava todo tipo de liderança, que fosse corporativa, eclesiástica ou política, que fossem sacerdotes, profetas ou reis de uma nação, ou até em sua família de origem; qualquer que fosse a liderança Davi promovia a honra destas pessoas, de forma natural, mas o destaque era que ele promovia a honra inclusive de seus inimigos. Suas ações eram de justiça e seu caráter conduzia seu próprio povo (e também os povos inimigos) ao reconhecimento do que era a honra e de como praticá-la. Davi foi um grande professor desta matéria.
(1) Mesmo sendo odiado, invejado e perseguido, durante anos, por Saul, Davi lamentou a sua morte com sincera e profunda reverência (II Sm. 1). (2) Mas uma das histórias mais surpreendentes ocorreu quando Davi vingou o assassinato de seu inimigo, o do rei de Israel, Is-Bosete. Os próprios homens de Davi haviam assassinado o rei Is-Bosete. O assassinato havia sido cometido em plena luz do dia, na casa da vítima. Is-Bosete estava indefeso, dormindo em sua própria cama. Os assassinos (homens de Davi) acreditaram estar agindo em favor de Davi, mas na verdade estavam derramando sangue inocente. Davi agiu com justiça mesmo Is-Bosete sendo um grande inimigo (II Sm. 4). Por ser um homem que sabia o que era honra, foi extremamente honrado. Estabeleceu consequentemente (e naturalmente) uma unidade nacional e religiosa em seu reinado. Acabou se tornando rei de Israel no lugar de Is-Bosete, não por causa da morte de Is-Bosete, mas por ter sido reconhecido e apoiado pelo próprio povo e pelo povo de Israel (liderado por Is-Bosete). O povo trouxe à memória uma das promessas do Senhor à Davi, de que ele seria rei de Israel (II Sm. 5.2). (3) Davi também foi honrado pelo seu próprio povo, pois ele tinha histórico de relacionamento (ver I Sm. 18.13 "...chefe de mil, e ele saía e entrava diante do povo"). O povo conhecia Davi...como trabalhador, como líder, como pessoa...o povo conhecia o caráter e a vida de Davi (II Sm. 5.2). Um verdadeiro líder não tem duas vidas; uma em casa e outra no trabalho, uma na faculdade e outra na igreja. Davi era conhecido em seu serviço e em sua personalidade. (4) Davi ainda honrou a amizade que tinha com Jônatas, ao restituir à Mefibosete (filho de Jônatas e neto de Saul) todas as terras de Saul. Davi demonstra assim novamente (e naturalmente), justiça e honra  (II Sm. 9). (5) Davi foi agir com bondade com Hanum por ocasião da morte de seu rei e acabou sendo caluniado. Seus servos foram zombados e humilhados. Davi vingou seus servos, agiu com justiça e acabou por ampliar mais ainda o território de seu reino. Ao agir novamente com justiça, teve reconhecimento de todo aquele povo local (amonitas) e conquistou um período de paz (II Sm. 10).

Davi colheu um tremendo presente. Uma linda consequência da obediência, do amor e temor ao Senhor.

O Senhor fez aliança com Davi (aliança Davídica).  Essa aliança à exemplo da aliança de Abraão, consistia em bençãos espirituais, nacionais, territoriais e pessoais; o Senhor prometeu a Davi que seus descendentes teriam os direitos do trono de Israel para sempre e que sua linhagem, por meio de Salomão construiria o templo. A importância disso serviu de base para Mateus provar no Novo Testamento o direito de Jesus ser o Rei de Israel, em virtude de sua genealogia, por meio de José (legalmente). (II Sm. 7 + livro "Conheça melhor o Antigo Testamento" pg 117 item 8). 

Podemos aprender um pouco com as ações de Davi, que honra não é questão de meritocracia, é questão de caráter, é naturalmente parte da essência do ser.


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