Viver com ou sem dor. A escolha é nossa.

Recebi essas palavras de uma amiga de longa data. Amável, gentil, sincera e ultimamente muito sábia. Refletindo sobre o conteúdo do e-mail dela cheguei à conclusão que o sofrimento é inerente à vida. 

Todos nós, sofremos no passado, no presente ou sofreremos no futuro. Isso é certo. Sempre com um sentido, com um objetivo. Seja para aprendizado ou para desenvolvimento do caráter. Sempre estaremos tendo a oportunidade de aprimorar nosso caráter.

Quando você pensar que está sofrendo, que sua dor é grande, que seu futuro é incerto. Tenha a certeza absoluta de que muitas outras pessoas estão passando por conflitos semelhantes aos seus ou ainda, bem maiores que os seus. Sempre. De histórias e referências temos muitas, sempre tivemos e nossos filhos sempre terão. Deus não nos entregou Seu único filho, sem antes nos dar os melhores exemplos e referências para nossa vida.

Se você não crê em Deus ou em Cristo, ao ponto de não reconhecer seus exemplos, histórias e referências, então apenas creia no milagre da vida. Creia na concepção da vida, no milagre da natureza.

Reflita:
  • Como uma mulher, trabalhando demais da conta, num trabalho ingrato e mal pago, consegue administrar família, casa, marido, trabalho e dois filhos excepcionais? Como administrar tantas variáveis, caminhar por “territórios desconhecidos” e ainda estar sempre sorrindo e cheia de disposição?
  • Como uma mulher depois de um acidente ganhando apenas uma nova condição (a impossibilidade de se mexer do pescoço para baixo), pode exibir uma carreira tão brilhante? Deputada federal, escritora, publicitária, psicóloga, colunista de revista, empreendedora social, ex-secretária municipal e ex-vereadora na Câmara de São Paulo.
  • Como uma mulher pode decidir viver sem dor depois de ser estuprada violentamente?

O que não se explica no natural só pode ser sobrenatural. 
E o sobrenatural que sempre vence é o divino, aquele que vem de Deus.


Todos nós sofremos. Mas devemos aprender dia após dia a lançar em Deus nossas angústias, temores e terrores. Precisamos aprender a dividir experiências. Acreditar no amor. Precisamos nos dar conta de que o nosso coração ainda bate, nossa alma ainda sente e de que nosso espírito ainda aprende.

Imagem: morgueFile free photos

Pacote de Mentiras

Pedimos para nascer? Alguns até acreditam que sim. Mas será que pedimos para viver as experiências que vivemos ao longo da vida? E quando temos a certeza de que a vida nos entregou um pacote de mentiras, o que fazer? Como escapar? Se espremermos bem todos os anos de nossas vidas, todos os meses, dias, minutos e segundos. Se torcermos tudo, centrifugarmos, vamos obter sempre duas coisas, dois pesos ou duas medidas. 

Uma medida de verdade, que se resume em tudo que é sobrenatural. E por outro lado, outro tipo de medida, a medida natural, humana, corruptível e falha. Normalmente é esta a medida que contém ego, mentira, engano, engodo ao erro. 

Algumas pessoas que passaram pela minha vida ou pela sua, puderam contribuir com esses dois lados. Mas particularmente em minha vida, a grande maioria, sem se dar conta, contribuiu como fermento para o crescimento do que estou chamando hoje de: um pacote de mentiras. 

Fui estrategicamente projetada para segurar um casamento. E como âncora que me tornei, segurei um matrimônio por muitos anos. Não sabia que um bebê, uma criança, tinha tanta força assim, a fim de segurar uma relação baseada em poder, egoísmo, violência, dinheiro, sexo e traições por tantos anos. Em algumas fases de minha vida cresci dentro deste pacote de mentiras, fiz parte dele. Vi com os meus dois olhos, ele sendo construído, produzido e enfeitado. Em algumas fases tentei sair de dentro do pacote, mas encontrei ambientes desconhecidos. Por vezes tentei me adaptar...em um novo lar, em uma nova família, em uma nova escola. Sobrevivi. Mas as experiências as quais desfrutei foram naturais, humanas e cheias de engano.

Tentei então formar a minha própria família. Foi aí que comecei a viver o sobrenatural. Isso ocorre quando nos tornamos co-autores de nossa próprias vidas (o autor principal de nossas vidas é o Pai). Vivi experiências incríveis e inexplicáveis aos olhos humanos. Algumas armadilhas foram preparadas e eu caí como uma perfeita, patética e tola ovelha. Caí em armadilhas. Até hoje alguns laços aparecem tentando me fisgar. Fui forjada no fogo. Cada luta doeu demais. Cada nocaute consumiu um pouco da minha inocência e ingenuidade até não sobrar mais o ego, o "eu".

Após tantas frustrações e decepções é difícil ter fé, é mais fácil dar ré. É difícil tentar sobreviver. Reflita, pra que você sobrevive? Por quem? Por que tanta luta? Por que tanto estresse, tanto trabalho? Por que tudo isso?

Me pergunto por que tive que reaprender a engolir, a comer, a falar, a andar. Por que ainda luto para manter o mínimo de dignidade? Por que mendigar refrigério ou um pouco de amor e carinho? Por que eu perdi a capacidade de produção, de execução, quando é a única coisa que o mercado de trabalho valoriza? Por que venho tentando sobreviver desde que era uma massa esquisita no útero de minha mãe? Sinto no ar a graça e a misericórdia de Deus, sinto Sua presença, mas não sei como ser feliz...

Quero o genuíno, o autêntico, o sobrenatural. O incorruptível. Cansei. Cansei de lutar por dinheiro. Cansei de buscar meus direitos. Estou cansada de me humilhar por migalhas de amor e carinho. Cansei deste pacote de mentiras. 

Sei que não podemos compreender as obras de Deus (afirmativa registrada na bíblia-Ec. 11:5). Só quero sonhar os sonhos de Deus, estar no centro de Sua vontade, pois não tenho mais tempo a perder. Você também. Faça o mesmo.

...pacote de mentiras, fiz parte dele.
Vi com os meus dois olhos, ele sendo construído, produzido e enfeitado.