Viver duas vezes

Viver duas vezes é uma forma de poder interpretar os fatos da vida. Cada momento feliz ou triste, vibrante ou monótono, marcante para o bem ou para o mal pode ser revivido com o objetivo de olhá-lo por uma nova ótica.

Costumo fazer isso regularmente. Revisito minhas memórias através de fotos, textos e lembranças. Reflito sobre os sentimentos existentes (originários dos fatos ocorridos em si). Analiso-os hoje sob uma nova ótica, consigo reinterpretar os fatos e adquirir sentimentos diferenciados.

É como uma terapia, porém constante, quase ininterrupta. Desenvolvi essa habilidade escrevendo constantemente. Seja através do computador ou através de caneta e papel. Seja através da leitura ou meditação. De qualquer forma sempre estarei revisitando sentimentos e emoções, reinterpretando, perdoando, vencendo e seguindo em frente.

Não posso recuar, não posso voltar ao passado, preciso seguir. Não tenho mais tempo a perder, preciso evoluir. Hoje tenho pressa. Pressa em aprender, reter o que é bom e evoluir. Fui ajudada, agora quero ajudar. Recebi o bem, agora posso repartir, contribuir, compartilhar. Há algo em mim abundante e saudável; algo de jorra como nascente, não tem fim. Por isso sinto que quanto mais escrevo e quanto mais me expresso, mais tenho a dizer, mais tenho a dividir.

Viver uma única vez pode ser ruim, traumático; pode causar depressão, opressão; pode aprisionar, enclausurar; mas viver duas vezes pode soltar, libertar, aliviar e emancipar a alma. Assim a alma pode exalar o bom perfume da virtude.

Viver duas vezes; preso e depois livre