Vida diária facilitada

Olá!

Este espaço foi criado para compartilhar dicas que possam tornar a vida mais independente e leve.

Nos processos de reabilitação, não existem fórmulas prontas nem caminhos fáceis. Cada etapa tem seus desafios, e o importante é respeitar o próprio tempo. Fazer um pouco a cada dia, do seu jeito e no seu ritmo, contribui não só para a recuperação, mas também para o controle da ansiedade.

No meu caso, foram quatro anos de reabilitação intensa após o AVC — e, mesmo com dedicação, algumas sequelas ficaram. São pequenas, mas me tornaram mais lenta nas tarefas do dia a dia e me fizeram adaptar a rotina: hoje faço tudo aos poucos, e isso tem funcionado bem.

A seguir, compartilho algumas dicas que podem ajudar você ou alguém que conheça nesse processo de adaptação.

As sugestões de produtos e facilitadores são apenas referências para ilustrar o que quero transmitir. Mas, se desejar adquirir algum deles, saiba que as compras feitas pelos links que incluí ajudam a manter este espaço.

Com carinho,
Anne

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✅ PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DIÁRIAS


📍 Administração de remédios

1. Organização

Existem caixinhas plásticas para remédios com múltiplas divisões. A minha tem 10 divisões e comprei na MultiCoisas. Minha caixinha é transparente e por fora da dela fiz identificações com os nomes dos remédios e mg, Para identificação você pode usar fita crepe e canetinha, ou ainda usar canetas/marcadores para dvd (neste último caso se precisar apagar é só usar acetona). Organização é fundamental.

2. Horários

Respeite os horários de cada remédio. Se o médico orientou tomar um remédio "em jejum" é em jejum, tem um motivo. Obedeça, há uma razão para ser dessa forma. Tem remédio que não serve pra nada se não for tomado em jejum (Ex.: Omeprazol). 

Para não confiar na memória, tenha uma lista dos remédios à tomar por ordem de horário. Cole essa lista numa parede de casa e deixe, no papel, espaços laterais em branco, como colunas. Organize-se. 

Uma opção é plastificar a tabela de cronograma de remédios e ir sinalizar o que já foi administrado - com um ✅ - o que for tomando ao longo do dia. Se conseguir plastificar esse cronograma, ao concluir o período você pode apagar tudo com acetona e algodão e reiniciar novas marcações. Use aquela caneta para CD.

Outra dica é usar um quadro branco pequeno desses que grudando com ima na geladeira, ou um quadro mesmo pendurado no quarto ou no local onde fica a caixa de remédios. Isso evitará esquecimentos. Não confie na memória!

Abaixo deixei sugestões para um quadro de geladeira e uma caixinha de remédios.

3. Dica extra

Faça uso de aplicativos. Facilita o dia-a-dia.

Quando precisei desse recurso só havia o Pillbox (pelo menos era o único que conhecia), mas me adaptei melhor  escrever em tabelas e quadros - sou cinestésica..rs ;).

App com interface em português
  • MyTherapy: App disponível em português-Brasil. Permite cadastrar medicamentos, registrar sintomas, medições, histórico e receber alertas para doses. 
  • Medisafe: Também disponível em português-Brasil. Oferece lembretes de medicação, monitoramento de estoque e compartilha progresso.

App com interface em inglês: Pillbox (ou Max – Pill Reminder) e MedTimer


Minha sugestão para organizar remédios



Vantagem: Perfeito para controle rigoroso | Desvantagem : requer organização semanal

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📍 Casa com pets

Tive muita dificuldade em sair com meu amigo peludo, o querido Spike. Primeiro, era preciso segurá-lo no colo e descer uma escada em formato de caracol, olhando para baixo — uma verdadeira montanha-russa pra mim, cheia de tontura e insegurança. Depois ainda vinha o desafio de caminhar. Por isso, os passeios com o Spike passaram a ser responsabilidade do meu filho.

Mas, e quem não tem ajuda em casa?

Se você tem um pet e precisa de apoio nesse momento, aqui vão algumas alternativas que podem facilitar:
  • Pedir ajuda a vizinhos de confiança (quando for possível).
  • Contratar um dog walker, se for um cãozinho e o orçamento permitir.
  • Reeducar o pet para usar o tapete higiênico (especialmente se for pequeno e jovem).
  • Pedir que um familiar cuide dele temporariamente até que sua reabilitação avance.
Quem tem gato costuma ter um pouco mais de facilidade, já que ele não precisa sair para fazer as necessidades. Ainda assim, cuidar da bandeja de areia exige alguma mobilidade — abaixar, levantar, limpar —, então vale adaptar o espaço para que essa rotina fique mais segura e leve.

👉 Uma boa notícia é que hoje existem soluções pensadas justamente para facilitar esse cuidado. Há no mercado caixinhas de areia bem interessantes, que tornam a limpeza mais prática.
  • Tem as caixas eletrônicas inteligente com sensores, câmeras e aplicativo. São aquelas caixinhas de areia maravilhosas autolimpantes, que você não precisa ficar abaixado limpando com pá (sim, são incríveis...e caras também!).
  • Tem as caixas fechadas com paredes laterais, que evitam areia espalhada pelo chão - tem gatinhos bem arteiros que fazem a maior bagunça ;). 
Outra dica: gatos adoram alturas, então não é obrigatório deixar a caixinha diretamente no chão. Colocá-la cerca de 30 cm acima já ajuda a diminuir o esforço e o movimento de abaixar durante a limpeza.



📍 Agenda
  • Não confie na sua cabeça! Registre seus compromissos numa agenda. 
  • Eu comecei usando a agenda do Google. Marcava as datas de aniversário, compromissos médicos, horários em que precisava começar a me arrumar. Registrava tudo. Vida mensal, semanal, diária. 
  • Com o tempo a rotina virou prática e diminui as anotações. Passei a usar a agenda apenas para os compromissos mais importantes e adotei uma caderneta de bolso para as anotações gerais.

Minha sugestão de planejamento



Vantagem: Perfeito para fixar na geladeira | Desvantagem: requer preenchimento constante

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📍 Se arrumar pra sair

Você já reparou quanto tempo leva, em média, para se arrumar?

No meu caso, por exemplo, preciso começar cerca de 2 a 2h30 antes do horário do compromisso. Levo um pouco mais de 1 hora entre banho, cabelo, roupa e organização. Depois, reservo mais ou menos 1 hora para o deslocamento até o local.

Ah, e o principal: evite lugares muito distantes ou com aglomeração — eu faço assim. O segredo é encontrar o seu ritmo e criar um jeitinho que funcione pra você, ajudando a recuperar a autonomia no dia a dia.

Na hora de se vestir, tenha sempre um cantinho para sentar. Pode ser um puff, uma cadeira firme ou até o sofá da sala. A única órtese que uso até hoje é uma meia de compressão — e vestir essa meia exige paciência e um truque próprio. Ter onde se apoiar faz toda a diferença.

E uma dica importante: não confie totalmente no seu equilíbrio. Aquele equilíbrio que a gente lembra é o de antes do ocorrido, e leva um tempo até perceber nossas novas limitações. Vá com calma. Tudo tem seu tempo — inclusive a adaptação.



📍 Simplifique e Organize

Simplifique sua vida. Simplifique tudo — da papelada às roupas, da louça aos itens que você não usa mais.
Simplificar exige desprendimento, desapego e triagem. Muita triagem… e depois, mais um pouco de triagem.

Doe mais. Compre menos.

A seguir, deixo como sugestão dois livros que me ajudaram muito na época de derrame e da reabilitação. Até hoje esses livros continuam me ajudando.
De vez em quando, volto a folheá-los, e sempre surgem novos insights, reflexões e mudanças que posso fazer.


Minha sugestão para organizar e simplificar tudo




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✅ 
 DICAS PARA USAR O BANHEIRO


📍 Hora do banho e uso do banheiro com mais segurança e independência

🛁 O uso do banheiro é um local que requer extremo cuidado, principalmente se for um banheiro completo, com chuveiro e tendência de molhar o piso.

1. Temperatura do banho
  • Antes de entrar no box, ajuste a temperatura da água e verifique se está agradável ao corpo.
  • Algumas lesões ou limitações reduzem a sensibilidade térmica ou aumentam o desconforto com o impacto da água sobre a pele — por isso, teste sempre antes de entrar.

2. Porta do box
  • A porta nunca deve abrir para o lado interno do box.
  • Se for o caso, peça para alguém retirá-la ou reposicioná-la para abrir para fora.
  • Uma cortina plástica simples pode ser uma alternativa barata e mais segura.
  • No meu caso, pedi a um pedreiro para retirar o degrau e a porta que abria para dentro.
  • O risco de queda é real — e, em caso de emergência, o socorro precisa ter acesso livre.

3. Porta do banheiro
  • Evite trancas internas.
  • Se a porta tiver fechadura interna, providencie a troca.
  • Não permita que idosos, crianças ou pessoas com limitação fiquem trancadas.

4. Banco ou cadeira dentro do box

  • Tenha um banco de apoio para se sentar ou apoiar-se — não use esse banco para apoio de cosméticos e não permita que familiares ocupem esse banco com coisas. 
  • Evite bancos, baquetas de material plástico — o contato com sabonete ou shampoo faz escorregar.
  • Ter um apoio reforça a segurança durante o banho.
  • Se for necessário, invista em uma cadeira higiênica: permite o uso do chuveiro, do vaso sanitário e até o deslocamento para outro cômodo.
  • Essas cadeiras possuem travas de segurança e devem ter acesso livre ao chuveiro, sem degraus.

Minha sugestão para banco no box


 




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5. Sabonete
  • Prefira sabonete líquido em dispenser com válvula pump (ou automático de preferência). O dispenser  deve ser instalada a cerca de 1,20m de distância do piso.
  • O sabonete líquido é mais suave ao toque, é fácil de espalhar no corpo e é mais seguro para o manuseio.
  • Se o custo for um obstáculo, use o sabonete tradicional em barra dentro de uma perna de uma meia-calça. Corte uma das pernas da meia-calça | Coloque o sabonete dentro da perna da meia | Amarre o lado a meia na torneira do chuveiro | Deixe a perna da meia pendurada com o sabonete dentro — assim, se o sabonete cair, será mais fácil recuperá-lo.

Minha sugestão para sabonete liquido e shampoo 


 


Vantagem: Perfeito para fixar na parede | Desvantagem: não vejo desvantagens

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6. Brinquedos das crianças

Se o banheiro for compartilhado, use saquinhos de lavar roupas íntimas ou cestos vazados para guardar brinquedos.
Pendure com ventosas ou ganchos, mantendo-os limpos e livres de mofo.

7. Tamanho e piso do box

O box deve permitir a presença de no mínimo duas pessoas com mobilidade adequada.
O desnível do piso deve ter cerca de 1,5 cm para o escoamento da água.
Use piso antiderrapante e, se necessário, aplique faixas adesivas antiderrapantes na entrada do box.

8. Adaptações e chuveiro

Existem no mercado, kits de banho adaptado com bancos e barras de apoio ajustáveis.
Prefira chuveiros com jato e altura reguláveis, e, se possível, com uma duchinha removível.
Alguns modelos oferecem controle remoto de temperatura.
As torneiras devem ficar a 1.00m do piso, facilitando o uso pelo usuário, se estiver sentado (ou mesmo por cuidadores que estiverem auxiliando).

9. Vaso sanitário

O modelo padrão tem 38cm de altura, mas o ideal para pessoas com limitações é 46cm (com plataforma, se necessário).
A ducha higiênica e a papeleira devem ficar a 45  cm do piso, laterais ao vaso e a cerca de 30  cm de distância, com 90cm de comprimento.

10. Lavatório e iluminação

O lavatório (pia) deve estar a 80cm do piso e ter torneiras de alavanca ou puxador.
Use materiais inquebráveis para escovas e pastas.
Banheiros de idosos devem ter três vezes mais luz que o normal, com lâmpadas leitosas e sem ofuscamento.

11. Lavando os cabelos

Se há limitação nos movimentos dos braços, use escovas plásticas ou massageadores corporais arredondados.
Coloque o shampoo na escova e “penteie” os cabelos até limpá-los.
Use pouco condicionador — o excesso é difícil de remover e pode cansar os braços.

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✅  DICAS PARA USAR O QUARTO


📍 Dormir, acordar, descansar

1. Cama

A altura total da cama deve ficar entre 45 e 50 cm; ou em uma altura que permita ao usuário, quando sentado na beirada da cama, tenha seus pés totalmente apoiados no chão.

2. Mesinhas laterais

Devem ter mais ou menos 10 cm a mais que a altura total da cama.

3. Porta do quarto

Devem ser largas e ter maçanetas fáceis de abrir. Evite maçanetas redondas e a existência de trancas.

4. Guarda-roupas

As portas devem ser leves e fáceis de abrir e fechar. Devem ter puxadores que facilitem o uso, Podem ser deslizantes. Os cabideiros devem ter opções de regulagem de altura (a depender da limitação), As gavetas devem ser deslizantes e leves, Manter a organização é essencial. Não deixe gavetas abarrotas e entulhadas de roupas, pois isso dificultará a abertura e o fechamento. Existem sistemas disponíveis com travas nas gavetas para evitar que saiam dos trilhos. Escolha um guarda-roupas que tenha opções de prateleiras com regulagem de altura.

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✅  DICAS PARA USAR A SALA


📍 Acesso e circulação

1. Porta de entrada

Deve ter uma maçaneta e uma fechadura que sejam fáceis de abrir, tanto por um idoso ou pela dona da casa chegando com bebê no colo ou pacotes e sacolas nas mãos. Prefira portas práticas de fechar (tipo bateu, trancou). A memória às vezes não ajuda muito, por isso é necessário que se certifique sempre de que fechou a porta, aposte em facilitadores para sua casa, tenha porta cartas, porta chaves. Adote rotina e regras de onde colocar as chaves, carregador e celular.

2. Tapetes

Tapetes soltos pela casa devem ser abolidos ou se não for possível, ficar em rebaixos ou presos por ventosas no piso. Evite escorregões. Encerar o piso e depois colocar tapetes soltos sobre o piso é um atentado.

3. Degraus

Destaque de alguma forma os degraus de sua casa. Instale fitas anti-derrapantes se necessário, mude a decoração, mas faça o possível para nunca se distrair e tropeçar ou escorregar. Evite acidentes. O corrimão é obrigatório e deve ser fixado a mais ou menos 5 cm da parede, ter resistência para suportar 100 Kg em qualquer ponto e diâmetro ideal para que a mão possa apoiar-se totalmente. A largura de um degrau deve permitir o descanso total do pé e não pode ter mais de 20 cm de altura. Nunca instale passadeiras. O beiral do degrau deve ser guarnecido com material anti-derrapante.

4. Mesas e cadeiras

Assentos mais altos (45 a 50 cm) do chão e braços não muito macios. As cadeiras devem ter espaldares mais altos. A altura ideal da mesa é 75 cm, com bordas arredondadas (evitar tampos de vidro). Prefira usar pratos e vasilhames de plástico resistentes. Planeje espaço ao redor da mesa suficiente para a livre movimentação, considerando sempre a necessidade de cada usuário (cadeira de rodas, andador, muletas, etc)....

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✅  DICAS PARA USAR A COZINHA


📍 Equipamentos, utensílios, cozinhar, lavar louça

1. Preparar uma refeição fresquinha...e rápida? 

O que é necessário para isso? Se arrumar, sair de casa (detalhe: com dinheiro), ir até um mercado que tenha verduras e legumes frescos, fazer as compras andando pelo mercado, ficar na fila do caixa, empacotar tudo, carregar tudo, caminhar de volta para casa. Depois vem o que é mais difícil para mim (até hoje): ficar em pé lavando todas as verduras e legumes necessários, picar, cortar, picar de novo, cozinhar e em pé (hoje, 15.10.2005 já tenho essa autonomia e independência, mas no processo de reabilitação, era assim: fazer o almoço na hora do café da manhã e fazer a janta na hora do almoço).

Observações:
- Percebi que de forma contínua era uma atividade impossível, por isso eu fragmentava as ações; ir às compras - em um momento, preparar os alimentos - em outro momento, cozinhar - em outro. Eu fazia tudo por etapas; você também pode fazer assim, aos poucos você vai unindo acada etapa, mas aos pouquinhos....já será um começo.
Tentei comprar tudo limpo e corto, mas ficou muito mais caro e meu orçamento estourou. Por isso alternei o almoço: um dia em casa e um dia no barzinho onde tem self service por kilo, do lado de casa. Mas é caro também. A alimentação sofreu um grande aumento de preços. Fica difícil equilibrar o orçamento querendo comer fora.

2. Geladeira, refrigerador e freezer

Invista em uma geladeira com um freezer lado a lado ou em uma única peça. Tudo dependerá do alongamento que você pode executar com o corpo.

3. Fogão

Já existe um fogão com interrupção automática de gás quando a chama se apaga. Existe também o elétrico que não queima as mãos. Pesquise opções seguras.

4. Pia

Prefira a pia à 85 cm ou 90 cm do piso. Para o caso de cadeirantes existem adaptações pra altura de pia e torneiras.

Para lavar louça, faça aos poucos. Comece organizando a louça suja. Depois comece a lavar as louças mais limpas. Deixe as mais sujas e engorduradas para o final.

Use luvas do tamanho apropriado. Uma das sequelas do avc é a mudança da sensibilidade. Podemos ter problemas com a água quente ou fria. Melhor usar luvas.

5. Armários
Aplique puxadores de fácil manuseio nas portas e gavetas ou invista em uma nova cozinha, mais moderna com gavetas deslizantes.

6. Dica extra
Nos links abaixo há vídeo aulas bem legais com dicas sobre higienização de cozinhas e utensílios domésticos. 

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✅  DICAS PARA USAR A ÁREA DE SERVIÇO

1. Água

Cuide para que a água não deixe o piso escorregadio. Esteja sempre com chinelos de borracha ao manusear a máquina de lavar ou ferro de passar roupas. Evite contato com tomadas e equipamentos se tiver água no piso.

2. Lavar roupa

A máquina faz tudo, mas o problema era abaixar (na máquina com abertura superior) e levantar pegando a roupa do interior da máquina. Peça por peça, e ir estendendo. Era um tal de abaixa, levanta, olha pra cima e olha pra baixo...a cabeça dava voltas...mas de tanto repetir os movimentos fui acostumando, ao sentir tontura eu dava uma paradinha, fazia outra coisa e depois de algum tempo voltava pra continuar.

Pensei em trocar de máquina de lavar para uma com abertura frontal, mas percebi que seria mais difícil ainda. Fiquei com a máquina que eu tinhas mesmo.

3. Passar roupas 

Disposição, força nas pernas e equilíbrio para passar roupa em pé? Era raro, mas às vezes eu conseguia. Tentar passar roupa sentada não deu certo. A próxima tentativa seria usar um steamer (assim que tivesse dinheiro...rs). Mas conheci uma passadeira que não recomendou o steamer, por isso desisti. Adotamos a política da roupa limpa e seca, no cesto "a passar", e a cada necessidade cada um ia lá e passava o que precisava. Depois de anos, eu desisti de passar roupa. Eu aderi ao uso de roupas que não precisavam passar. Assim, só meu filho, já adulto, passou a passar a própria roupa dele.

4. Ferro de passar roupas

Prefira que a tomada do seu ferro esteja localizada a 1m ou 1,20 m do piso. Pesquise uma tábua de passar fixa, há várias no mercado. Existem móveis onde a tábua fica embutida e todos os equipamentos e acessórios possuem seu lugar certo. Pesquise os modelos de ferro mais modernos e leves. Se necessário na própria loja de eletrodoméstico use uma balança para pesar o ferro de seu interesse. Há já disponível no mercado um ferro que não queima a roupa. É bárbaro. Existem equipamentos para todos os gostos e bolsos.

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DICAS PARA FAZER CAMINHADAS

1. Pés

Aboli o uso de sapato social uma vez que a saúde dos pés é prioridade. Me sinto mais segurança usando meia e um bom tênis. Economizei para comprar o tênis que eu precisava. Também uso calcanheiras de silicone para amenizar o impacto (uma vez que já tive esporão - recebi a cura durante uma crise de dor). Os cuidados com os pés são muito importantes, principalmente se a pessoa é pré-diabética ou se é diabética.

2. Estratégia - Encontre uma maneira de caminhar

Minha endocrinologista na primeira consulta disse "você precisa caminhar 3x por dia, durante 30 minutos e no tipo marcha". Na hora dei aquela risadinha amarela e respondi "não consigo". Somente depois disso ela soube das sequelas que sinto do avc. Não tenha medo de médico. Fale tudo que sente. Peça ajuda. Faça um desenho se necessário. Repita se for preciso. Reaprendi a caminhar com meu pet lindo. Também caminho co mais segurança dentro de shoppings. Quando canso sento nas poltronas das alamedas ou paro para tomar um café e ler um livro. Perto de casa tem um shopping com hipermercado. Faço caminhada no hipermercado, apoiada num carrinho de compras. Aproveito para pesquisar preços de produtos e ter ideias de como organizar melhor minha vida.




Fontes:
  1. Profissionais do IMREA HC FMUSP - Lapa que sempre me ajudaram com dicas, alertas, sugestões e cuidados. A terapeuta ocupacional, Thais e o enfermeiro Jefferson, .
  2. Experiência própria de vida, após avc isquêmico de tronco encefálico.
  3. Manual de Recepção e Acessibilidade de pessoas portadoras de Deficiência a Empreendimentos e Equipamentos Turísticos (Edição de 1999).
  4. Hospital Santa Izabel