Andar é maravilhoso!

Você valoriza essa habilidade? Você anda automaticamente, olha para os lados, anda apressadamente, dá aquela corridinha quando o farol vai abrir.  Você pode caminhar numa esteira ou correr. 


Valorize o seu andar, seu caminhar. Ame dançar, correr, pedalar, nadar,...

Muitos já nasceram sobre uma cadeira de rodas. Muitos se acidentaram e perderam a habilidade ou a capacidade de andar. Outros andam, porém com o apoio de andadores, muletas ou bengalas. Outros nasceram sem pés ou sem pernas. Outros poucos já andaram, perderam a função de andar, após um acidente. Outros, depois de um tempo se reabilitaram e voltaram a andar. Foi assim comigo.

Eu corria pela manhã contra o tempo. Descia as escadas do meu prédio correndo. Corria atrás do ônibus que estava passando. Corria para chegar ao trabalho. Corria para fugir da chuva. Muitas vezes andei ao lado de amigas na hora do almoço. Outras vezes andei com outras amigas no Parque do Ibirapuera. Eu andava e corria para passear e brincar com meu fiel amigo, Spike. Já caminhei e corri na praia ao lado do meu filho. Mas um dia tudo parou.

Andei com minhas próprias pernas pela última vez, entrando no pronto socorro, até a triagem do hospital. Depois de lá foi só com cadeira de rodas e depois em macas. Passei a conhecer os vários tipos de teto do hospital. Teto da emergência, da UTI, dos corredores, da semi intensiva, das máquinas de tomografia, de ressonância...passei a andar só sobre rodas...rs. Passei a tomar banho deitada sobre uma cama. Nunca imaginei que um quarto de UTI pudesse ter tantas outras funções. Meu quarto de UTI sempre se transformava. De quarto virava sala de estar para receber os amigos, depois virava igreja para as horas de oração e louvor, depois virava copa para a hora do alimento, depois virava consultório para os momentos de inspeção. Tudo sempre era muito dinâmico, sem sossego. 

Quando comecei a ensaiar os primeiros passos fui amparada por fisioterapeutas. Eu andava com instabilidade, mas com determinação. Andava com insegurança, mas com alegria. Parecia um bebê descobrindo o andar. 

Questões como "será que eu consigo?" ou "e se eu cair?" eram imediatamente respondidas em minha mente. As perguntas vinham de relance em minha mente, mas iam embora quase desapercebidas. Eu sempre tive uma confiança e uma fé tal, que eu tinha certeza de que sairia daquele hospital andando. E assim foi. No dia da minha alta; por volta das 13h saí andando (sem bengala ou muletas) e não fui pra casa não. Pensa que fui pra casa? Fui correndo para um shopping perto de casa encontrar minha podóloga! Depois fui para o salão de beleza para "uma geral"! Na primeira oportunidade de culto na igreja eu estava lá!

Minha determinação, fé e vitória se devem à palavra viva que sempre esteve guardada dentro de mim. Hoje posso compartilhar essa experiência com todos e todos podem saber que sempre vale a pena acreditar no impossível. Porque para Deus não há nada impossível.