Esse pensamento é absolutamente correto — e sempre estará atualizado, eternizado no tempo.
Desejei parafraseá-lo aqui, para provocar uma reflexão em você:
o fracasso do passado também não garante o mesmo fracasso no futuro.
E melhor ainda: nenhum resultado obtido no passado, com determinadas ferramentas, fórmulas ou receitas, poderá ser repetido no futuro. Nenhum.
Por quê?
Porque tudo muda — a todo momento, a cada segundo.
“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio”, dizia Heráclito.
Considere um vento que sopra agora, neste exato momento — seja aqui, onde escrevo, ou aí, onde você lê.
Esse vento não é o mesmo para todos. O mesmo sopro terá velocidade e intensidade diferentes, por mais próximos que os lugares estejam um do outro.
Cada pessoa ou ser vivo o perceberá de forma singular.
Quem sente mais frio ou mais calor o sentirá de maneira distinta.
Alguns desejarão, amarão e agradecerão o vento no rosto; outros, simplesmente, reclamarão.
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| O Pensador, de August Rodin |
Assim foi comigo.
Apresento a você uma analogia com o mercado de eventos, onde atuei por quase vinte anos.
O mercado pelo qual me apaixonei em 1994 mudou completamente — não se parece em nada com o que se tornou hoje (04.Fev.2014).
Dediquei duas décadas de minha vida a uma carreira sem me reciclar, sem atualizar estratégias.
Mantive o mesmo comportamento, operando num altíssimo nível de estresse.
Quando percebi que o cenário estava mudando, percebi — mas não reagi.
Tornei-me obsoleta.
Adoeci. Quase morri.
Em 1994, o mercado de eventos era voltado a pessoas ousadas, inovadoras, criativas.
Organizar eventos significava criar novos caminhos para os setores industriais, propor estratégias, atender demandas, compreender o sonho de empresários e ajudá-los a realizar seus objetivos.
Promover eventos era fascinante.
Hoje, a ambição corrompeu valores.
A essência e a motivação foram alteradas.
A mesma analogia você pode aplicar a qualquer área da sua vida.
Alguns poderão argumentar que o avanço do tempo sempre mudará nossos cenários — em razão da evolução científica e tecnológica.
Mas o futuro, por si só, não é prova de progresso.
Evoluímos tanto… mas ainda não somos eficientes nem inteligentes o bastante para proteger o planeta e seus recursos naturais.
Por milhares de anos apenas usufruímos.
Agora que o planeta apresenta sinais vitais alarmantes, levantamos bandeiras de reciclagem e sustentabilidade.
Onde foi parar tanta inteligência?
Afinal, para que evoluir, se ao mesmo tempo destruímos a fonte dos nossos recursos?
Para onde pretendemos ir?
Pra quê? Por quê?
Precisamos reciclar nossos conceitos e opiniões constantemente.
O rio está fluindo; a vida está passando — e mais tarde pode ser tarde demais.
Hoje, neste novo dia, é o momento certo de repensar nossas vidas.
Repensemos nossa existência: podemos e devemos contextualizar, atualizar nossos planos e objetivos, reformular e renovar nossos sonhos.
Eu mudo. Você muda. O cenário muda.
As comunidades com as quais interagimos mudam.
Então, por que insistir em exercer sempre os mesmos papéis?
Não se torne obsoleto.
