O melhor lugar de todos

Dia 25 de fevereiro de 2014, d.C. 

Dia de cura. Dia este que Cristo chamou para si um ser humano lindo. Uma irmã, uma amiga, uma mãe, uma intercessora. Não podemos mais vê-la com nossos olhos naturais, mas podemos vê-la, sim, com os olhos da fé.


Com os olhos da fé ganhamos a incrível habilidade de poder descansar nossos corações, mesmo em meio às mais profundas tristezas. Sim estamos tristes, é claro; tristes pelo final desta história, porém consolados pela mensagem da cruz e continuidade da existência da vida que há em Cristo.

Nossa amada voltou para o melhor lugar de todos. Pela fé que temos em Cristo, sabemos que ela agora está liberta da dor, da agonia, do peso; ela foi chamada, tocada e curada. O fim do corruptível, para nós cristãos, é a continuidade do incorruptível. Agora ela voltou a ser apenas filha; uma filha livre no melhor lugar de todos, onde tudo é amor, onde tudo é graça, paz e segurança. Podemos agora entender o que é a completa e absoluta entrega.

Obrigado, Senhor, pela tua graça que nos levou a ouvir e aceitar sua Palavra de amor. Ajuda-nos a anunciar a boa-nova da salvação. Amamos a mensagem da cruz. Mensagem que nos enriquecerá na eternidade.


....só a ti Jesus bendito, tudo entregarei...

O que é ser bom?

No início da minha adolescência "ser bom" era uma qualidade atribuída ao menino mais bonito da classe, ou daquela série. Na minha fase "aborrescente" havia um menino assim. Todas as meninas o admiravam. As meninas bonitas o respeitavam, as mais feinhas (como eu...rs) o achavam metido. Pedante e narcisista seriam os melhores adjetivos, mas naquela época nem conhecíamos essas palavras. 

Não que eu fosse horrorosa, mas eu era mal cuidada, meio breguinha. Cabelo estranho, duas taturanas imensas no rosto, dentes separados. Naquela época, não havia internet. O mundo ainda não era globalizado. A moda ainda era um mundo habitado apenas pelas modelos.

Ainda na memória coletiva, pairava um refrão da jovem guarda. Aquele que diz: "ele é o bom, é o bom, é o bom." Alguém se lembra disso? Achei um vídeo bem caseiro no YouTube, que representa um pouco o comportamento jovem, daquela época. Não que minha geração pertença à jovem guarda, longe disso, quero apenas transmitir uma ideia mais aproximada, do clima daquela época. Vivíamos à sombra da jovem guarda e às portas da revolução da comunicação, a internet.


Somente a realidade da vida me mostraria o que realmente significa ‘ser bom’. Essa realidade apareceu quando conheci o que era o cristianismo. Conheci a referência máxima da bondade e do amor (Jo. 3.16) simultaneamente em que conhecia a referência máxima e brutal da rejeição. Conhecer simultaneamente o amor e a rejeição, com o Philippe crescendo dentro de mim, me fez experimentar o incomparável, o que não se pode medir ou pesar. Descobri e experimentei a graça.



“Descobrir a graça é descobrir a dedicação absoluta de Deus a você, 
sua obstinada vontade de lhe oferecer um amor tão limpo, curador, e purificador, 
que coloca o ferido de pé novamente.” 
Trecho de A graça bate à sua porta, de Max Lucado.


Sob a ameaça de uma chantagem (fazer um aborto ou perder a família), optei em perder a família. O instinto maternal se apoderou de mim, como um animal. Aliás, recomendo um vídeo imperdível sobre uma búfala e seu filhote. É algo mais próximo do que eu sentia. Eu perdia uma família, mas ganhava a segurança de ter meu filho. Desde o momento da concepção, eu já sabia que estava grávida, que seria um menino e que se chamaria Philippe. Era uma verdade absoluta dentro de mim. Uma verdade impressa em mim e ninguém poderia apagá-la.

Foi dessa forma que o meu conceito de ‘ser bom’ mudou pela primeira vez. Após longos anos, após vários ciclos de vida, meu conceito de ‘ser bom’ mudou novamente. Eu diria que esse novo conceito adquirido no passado aos 19 anos, foi novamente ampliado, ressignificado em meus 36 anos de vida.


Aos 36 anos, passei por um derrame. Um AVC isquêmico, devastador no tronco encefálico (o quadro de força do corpo humano). Em meio à luta descobri que eu era tremendamente amada por algumas pessoas. Uma delas se destacou. Um dia, ela levou ao meu quarto de hospital, o amor do seu lar, através da presença de sua mãe, de seu filho e de sua nora. Ainda acrescentou amor ao me presentear com um doce. Sua bondade estava em tudo. Estava em sua família, em sua risada, e até em sua porção mágica de maçãs em calda. 


Não sei explicar, mas seus pensamentos e suas orações estavam em mim. Sua bondade me atraiu para outro nível de entendimento. Eu a chamo de ‘alma boa’. Ela é naturalmente assim, em todo o tempo. É incrível. Sua força e sua paz são admiráveis. Em todo o tempo, ela pratica o bem, por que o bem faz parte da humanidade dela. O bem está nela. Foi dessa forma que o meu conceito de ‘ser bom’ mudou pela segunda vez.


“Este é o dom que Deus nos dá: a graça que primeiro nos concede o poder
de receber o amor e depois o poder de doá-lo”. 
Trecho de A graça bate à sua porta, de Max Lucado

Um presente pra ti, minha amiga, 'alma boa'. Bom final de semana!

"Sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros,
assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês.” 
Efésios 4:32 (ntlh)

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👉 Tronco Encefálico explicado tecnicamente:
O tronco encefálico (formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo) é responsável por controlar funções vitais automáticas, como respiração, batimentos cardíacos, pressão arterial, sono, deglutição e reflexos básicos.
Ou seja, ele coordena e distribui sinais vitais entre o cérebro e o corpo — exatamente como um “quadro de força” distribui energia elétrica pelos circuitos de uma casa.

Caminho do vento

Assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas.
Eclesiastes 11:5 (nvi)

Imagem: internet

O passado não determina o futuro

Disse certa vez Lair Ribeiro: “O sucesso do passado não garante o sucesso no futuro.”
Esse pensamento é absolutamente correto — e sempre estará atualizado, eternizado no tempo.


Desejei parafraseá-lo aqui, para provocar uma reflexão em você:
o fracasso do passado também não garante o mesmo fracasso no futuro.
E melhor ainda: nenhum resultado obtido no passado, com determinadas ferramentas, fórmulas ou receitas, poderá ser repetido no futuro. Nenhum.

Por quê?
Porque tudo muda — a todo momento, a cada segundo.

“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio”, dizia Heráclito.

Considere um vento que sopra agora, neste exato momento — seja aqui, onde escrevo, ou aí, onde você lê.
Esse vento não é o mesmo para todos. O mesmo sopro terá velocidade e intensidade diferentes, por mais próximos que os lugares estejam um do outro.
Cada pessoa ou ser vivo o perceberá de forma singular.
Quem sente mais frio ou mais calor o sentirá de maneira distinta.
Alguns desejarão, amarão e agradecerão o vento no rosto; outros, simplesmente, reclamarão.


O Pensador, de August Rodin

Assim foi comigo.

Apresento a você uma analogia com o mercado de eventos, onde atuei por quase vinte anos.
O mercado pelo qual me apaixonei em 1994 mudou completamente — não se parece em nada com o que se tornou hoje (04.Fev.2014).

Dediquei duas décadas de minha vida a uma carreira sem me reciclar, sem atualizar estratégias.
Mantive o mesmo comportamento, operando num altíssimo nível de estresse.
Quando percebi que o cenário estava mudando, percebi — mas não reagi.

Tornei-me obsoleta.
Adoeci. Quase morri.

Em 1994, o mercado de eventos era voltado a pessoas ousadas, inovadoras, criativas.
Organizar eventos significava criar novos caminhos para os setores industriais, propor estratégias, atender demandas, compreender o sonho de empresários e ajudá-los a realizar seus objetivos.
Promover eventos era fascinante.

Hoje, a ambição corrompeu valores.
A essência e a motivação foram alteradas.

A mesma analogia você pode aplicar a qualquer área da sua vida.



Alguns poderão argumentar que o avanço do tempo sempre mudará nossos cenários — em razão da evolução científica e tecnológica.
Mas o futuro, por si só, não é prova de progresso.

Evoluímos tanto… mas ainda não somos eficientes nem inteligentes o bastante para proteger o planeta e seus recursos naturais.
Por milhares de anos apenas usufruímos.
Agora que o planeta apresenta sinais vitais alarmantes, levantamos bandeiras de reciclagem e sustentabilidade.

Onde foi parar tanta inteligência?
Afinal, para que evoluir, se ao mesmo tempo destruímos a fonte dos nossos recursos?
Para onde pretendemos ir?
Pra quê? Por quê?



Precisamos reciclar nossos conceitos e opiniões constantemente.
O rio está fluindo; a vida está passando — e mais tarde pode ser tarde demais.

Hoje, neste novo dia, é o momento certo de repensar nossas vidas.
Repensemos nossa existência: podemos e devemos contextualizar, atualizar nossos planos e objetivos, reformular e renovar nossos sonhos.

Eu mudo. Você muda. O cenário muda.
As comunidades com as quais interagimos mudam.

Então, por que insistir em exercer sempre os mesmos papéis?

Não se torne obsoleto.