Um dia perfeito

Meu dia perfeito ocorreu no dia 15 de maio (última quarta-feira). Nunca pensei que meu dia pudesse ser tão perfeito, em tão boa companhia. Talvez seja coisa de Deus, talvez seja o acaso. O fato é que fé, orações e atitudes genuínas fazem toda diferença.

Logo cedo eu já tinha um compromisso importante, inadiável, uma ocasião que poderia ser terrível (de acordo com as últimas experiências). Era o dia de comparecer à mais uma perícia no INSS. A hora agendada era 8h da manhã. E para evitar fila, dores, constrangimento e humilhação, eu deveria chegar bem cedo e acompanhada.

Por isso, pedi ao Philippe que faltasse na escola (novamente, pois já tínhamos ido no dia 13). Levantamos cedinho, nos arrumamos num instante e fomos tomar um café da manhã de boteco. Um simples pão na chapa com café com leite saciou meu vazio. Fomos ao barzinho na esquina de nossa casa; local que confiamos, onde somos conhecidos, onde somos queridos e os funcionários também são queridos.

Pegamos um ônibus bom, vazio, tranquilo, já eram 7h15; um milagre. Descemos exatamente na porta do INSS e logo percebemos que o local estava vazio. Estranhamos a ausência de filas. Não precisamos esperar do lado de fora do prédio, não havia fila dentro também. Chegamos, logo pegamos uma senha e logo fui chamada.

Com o coração apertado, com medo, fui à sala da perícia. Ao entrar vi uma médica que parecia me conhecer. Eu também tive a sensação de já conhecê-la. Ela me reconheceu de uma outra perícia realizada há tempos atrás. Ela lembrou que eu estava em reabilitação no HC, perguntou como eu estava, foi respeitosa, amável, humana. Logo fui dispensada e peguei meu resultado. Meu benefício foi prorrogado.

Saímos rápido com o dia fresco. Eu de braços dados com meu filho, andando pela Praça Dom José Gaspar, no centro da cidade. Havia um ar bucólico na cidade, os restaurantes sendo arrumados, calçadas sendo lavadas, pessoas correndo atrasadas para o trabalho. Sentamos num café para uma pausa. Um café fresquinho pra mim, um suco e um petisco pro Lipe e continuamos nosso papo. Uma delícia.

Voltamos para casa  e juntos preparamos um almoço fresquinho. Coisa simples, feita à quatro mãos. A hora passou e ele foi para o curso dele e eu fui para o HC. Ficamos combinados de pegar um cineminha para aproveitar o descontão dado de quarta-feira.

No HC (IMREA-Lapa), tive um bate papo tranquilo e próspero com a Silvia. Tive uma aula de hidroterapia produtiva. Encontrei os amigos de sempre. Todos estavam bem. Saí de lá e fui direto para o ponto de encontro com o Lipe.

Nos encontramos e escolhemos juntos o melhor filme que havia disponível naquele começo de noite. O filme em si era bem fraco. Mas o gostoso foi estar ali, em boa companhia, pagando baratinho pelos ingressos, nos divertindo com um filme de terror.

Voltamos para casa tranquilos, descansados. Tínhamos vivido um dia simples e produtivo. 


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