Escravos por opção

Nossas pequenas escolhas, aquelas que fazemos no dia a dia, vão sem pressa alterando o curso da nossa vida. Foi assim comigo. Desde que comecei a trabalhar, fui aos poucos permitindo que o cotidiano e a rotina se tornassem proprietários e senhores das minhas escolhas. Não permita que o mesmo aconteça com você.

Você nunca será vencido, a não ser que se renda a si mesmo.


Se você nasceu em meio ao concreto de alguma cidade, então preste atenção:  
  • Há quanto tempo você não marca um café com amigos? Um encontro, um bate-papo, um momento para descontrair, relaxar, dar risada ou apenas rever as pessoas que ama e estima?
  • Há quanto tempo você não pratica atividades físicas com regularidade? Quando foi seu último check-up completo? 
  • Há quanto tempo você e a natureza não se encontram? Quando foi a última vez em que esteve debaixo das águas de uma linda cachoeira? Ou quando foi a última vez em que esteve em alto mar?
  • Desde quando sua vida profissional e sua carreira engolem sua vida pessoal?
  • Como andam suas escolhas?


Um testemunho pessoal:
Sempre amei a água; desde muito pequena sempre estive em contato com piscinas, lagos, riachos, mar, praias ou cachoeira. Terminei o colegial, comecei a trabalhar, logo minha rotina e estilo de vida foram mudando. Por mais drástica e repentina que tenham ocorrido as mudanças em minha vida (inclusive sócio-econômica), ou na sua vida, não há motivos ou justificativas para desconsiderar, menosprezar ou desestimar a vida pessoal.
Deixei de frequentar academia, parei total com atividades físicas, deixei de viajar (férias nunca mais), deixei de cuidar da saúde, larguei faculdade, estimulei a distância da família. Me lancei cega e apaixonadamente no trabalho. Passei a viver em função da vida profissional. Tudo corria em ritmo acelerado e ascendente. A escolha do transporte era sempre pela que fosse mais rápida (mesmo que significasse ser mais espremida que batata em forma de purê).
Mal sabia eu que anos mais tarde eu adoeceria terrivelmente, quase de forma fatal. Um AVC de tronco encefálico mudou minha vida completamente. Atualmente luto contra as duras consequências das péssimas escolhas que fiz. Diariamente combato a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, a dislipidimia e a dupla hemiparesia com atividade física, remédios e alimentação. Preciso dessa rotina para terminar de educar meu filho e um dia conhecer meus netos.



O corpo humano não foi feito para viver sob pressão. Se você está passando por muita pressão em sua vida, é hora de reavaliar suas escolhas. Há alguns anos, conheci um professor que testemunhou ter largado a carreira dos sonhos e o salário tão almejado (na época, de 5 dígitos), para ser professor de faculdade ganhando 1/3 do que ganhava no mundo corporativo. Ele explicou que o ritmo exigido pela rotina corporativa era o mesmo que vender a alma ao diabo. Ele disse que se recusava a sacrificar sua vida pessoal em favor de dinheiro, reconhecimento e status. Na época, eu ainda não me identificava com o exemplo dele, pelo simples fato de considerar o fator 'salário' como comparativo.

Você pode até ter um trabalho que não lhe dê uma boa remuneração, mas que seja este, um trabalho que lhe dê espaço para o pleno exercício de sua vida pessoal. Qualidade de vida é questão de escolha e não de situação financeira. 

Só é escravo quem se deixa escravizar. Você nunca será vencido, a não ser que se renda a si mesmo. Faça boas escolhas. Escolhas saudáveis. Diga sim ao bem-estar, ao corpo, à natureza, à boa alimentação e ao esporte. Priorize a família e os bons relacionamentos. Alimente seu corpo, alma e espírito com boas escolhas.